domingo, 27 de novembro de 2011

Consciente Coletivo

O "Consciente Coletivo" é uma série de animação em 10 episódios, que leva ao espectador as reflexões acerca de um consumo mais consciente e nossa relação com o Meio Ambiente!
Uma parceria entre Instituto Akatu, Canal Futura e HP do Brasil.

Confira!










segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Dar e Receber...

PS: Texto muito interessante recebido por e-mail!

Dar e Receber

Quando eu participava de um grupo em uma casa espírita, todos os meses

doávamos alimentos para compor cestas básicas que eram distribuídas às
famílias carentes da comunidade.
A cada mês, um grupo se encarregava de trazer arroz, outro, feijão, e
assim por diante, a fim de que se compusesse a cesta.
Em determinado mês, coube ao meu grupo trazer café. Nada poderia ser
mais simples: um quilo de café, não importava a marca.
No entanto, a coordenadora nos alertou: “Combinem entre vocês para
trazerem apenas café em pó ou café solúvel. Porque as pessoas reclamam
que receberam de um tipo e as outras de outro. Então, melhor que seja
tudo igual.”
Por muito tempo, refleti sobre isso. As famílias eram carentes,
recebiam cestas de alimentos que com certeza supriam suas necessidades
imediatas. Então por que reclamavam? Afinal, não pagavam nada!
Um dia, me caiu nas mãos um livro, intitulado “Trapeiros de Emaús”.
Contava a história de uma comunidade iniciada por um padre, para
pessoas que eram o que chamaríamos de “Sem Teto”.
Um trecho me chamou a atenção. O padre contava suas experiências em
caridade.
Quando menino, ele costumava acompanhar seu pai que todos os meses,
doava um dia de seu tempo para atender pessoas carentes. O pai era
médico, mas como já havia quem atendesse às pessoas nesse setor, ele
se dedicava a cortar cabelos, profissão que também exercera.
O menino percebia que embora seu pai executasse seu serviço de graça e
com amor, as pessoas reclamavam muito. Exigiam tal ou tal corte e às
vezes quando iam embora, xingavam o pai porque não haviam gostado do
corte.
Mas o pai tinha uma paciência infinita, tentava atender ao que lhe
pediam e jamais revidava as ofensas, chegando até mesmo a pedir
desculpas, quando alguém não gostava do trabalho que ele realizara.
Então, um dia, o menino perguntou ao pai por que ele agia assim. E por
que as pessoas reclamavam de algo que recebiam de graça, que não
teriam de outra forma.
“Para essas pessoas, disse o pai, receber é muito difícil. Elas se
sentem humilhadas porque recebem sem dar nada em troca. Por isso elas
reclamam, é uma maneira de manterem a autoestima, de deixar claro que
ainda conservam a própria dignidade”.
“É preciso saber dar, disse o pai. Dar de maneira que a pessoa que
recebe não se sinta ferida em sua dignidade.”
Depois li um livro de Brian Weiss em que ele contava que uma moça
estava muito zangada com Deus. A mãe dela morrera, depois de vários
anos de vida vegetativa, sendo cuidada pelos outros como um bebê
indefeso.

“Minha mãe sempre ajudou os outros, nunca quis receber nada, não
merecia isso”, dizia ela.
Então, ela recebeu uma mensagem dos Mestres:

A doença de sua mãe foi uma bênção, ela passou a vida ajudando os
outros, mas não sabia receber. Durante o tempo da doença, ela
aprendeu. Isso era necessário para a sua evolução.
Depois de ler esses dois livros, comecei a entender a atitude das
pessoas que reclamavam do que recebiam nas cestas básicas.
Comecei também a refletir sobre essa frágil e necessária ponte entre
as pessoas que se chama “Dar e receber”.
Quando ajudamos alguém em dificuldade, quando damos alguma coisa a
alguém que a necessita, seja material ou “imaterial”, estamos
teoricamente em posição de superioridade. Somos nós os doadores, isso
nos faz bem e às vezes tendemos a não dar importância à maneira como
essa ajuda é dada.

Por outro lado, quando somos nós a receber, ou nos sentimos
diminuídos, ou recebemos como se aquilo nos fosse devido.
E quantas vezes fizemos dessa ponte uma via de mão única?
Quantas vezes fomos apenas aquele que dá, aparentemente com
generosidade, mas guardando lá no fundo nosso sentimento de
superioridade sobre o outro... Ou esperando sua eterna gratidão.

E recusamos orgulhosamente receber, porque “não precisamos de nada,
nem de ninguém”...

Ou porque temos vergonha de mostrar nossa
fragilidade, como se isso nos fizesse menores aos olhos dos outros.
E quantas vezes fomos apenas aquele que tudo recebe, sem nada dar em
troca, egoisticamente convencidos de nosso direito a isso...

A Lei é “dar com liberalidade e receber com gratidão” ensina São
Paulo. Que cada um de nós consiga entender as lições de “Dar e
receber” e agradeça a Deus as oportunidades de aprendê-las.

Texto de Tania Vernet

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Passeio Socrático (Frei Betto)

Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: ‘Não foi à aula?’ Ela respondeu: ‘Não, tenho aula à tarde’. Comemorei: ‘Que bom então de manhã você pode brincar e dormir até mais tarde’. ‘Não’, retrucou ela, ‘tenho tanta coisa de manhã…’ ‘Que tanta coisa?’, perguntei. ‘Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina’, e começou a elencar seu programa de garota robotizada.

Fiquei pensando: ‘Que pena, a Daniela não disse: ‘Tenho aula de meditação!’

Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.

Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito.

Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos: ‘Como estava o defunto?’. ‘Olha uma maravilha, não tinha uma celulite!’ Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

A palavra hoje é ‘entretenimento’ ; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela.

Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: ‘Se tomar este refrigerante, vestir este tênis, usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!’ O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba precisando de um analista. Ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.

O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.

Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping Center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas…

Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas.

Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno… Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hamburger do Mc Donald…

Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: ‘Estou apenas fazendo um passeio socrático.’ Diante de seus olhares espantados, explico: ‘Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

- “Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !”

Fonte: PáginasVerdes.org

Mude suas palavras

Recebi este vídeo por e-mail e achei sutil e engrandecedor!